Você já se perguntou por que, em certos dias, sente clareza e paz, enquanto em outros é dominado por agitação ou até letargia? Essa oscilação não é só “fase” — ela tem raízes profundas em uma sabedoria milenar da Índia: os gunas.
Mas afinal, o que significa gunas?
Na filosofia sânscrita e no sistema do Samkhya — base teórica do Yoga — os gunas são os três atributos ou qualidades primordiais que compõem toda a matéria, inclusive nossa mente e emoções. Eles não são bons ou ruins em si mesmos, mas sua predominância determina nosso estado interno, nossas escolhas e até nosso grau de liberdade.
Compreender os gunas é como receber uma bússola interna. Ao perceber qual deles está ativo em você, é possível fazer escolhas conscientes — em vez de reagir automaticamente à vida.

Conteúdo
Os três gunas: sattva, rajas e tamas
Sattva: a qualidade da pureza e equilíbrio

Sattva traz clareza, serenidade, compreensão e leveza. Quando sattva predomina, a mente está calma, receptiva à verdade e alinhada com o bem maior. É o estado ideal para práticas espirituais, estudo, criatividade autêntica e conexão com o Eu superior.
Rajas: a energia da ação e agitação

Rajas impulsiona movimento, desejo, ambição e mudança. Em doses equilibradas, é necessário para transformar ideias em ação. Mas quando exagerado, gera ansiedade, inquietação, apego aos resultados e até conflitos internos.
Tamas: a inércia e o obscurecimento

Tamas é associado à escuridão, preguiça, confusão e resistência. Pode manifestar-se como procrastinação, apatia ou até comportamentos autodestrutivos. Embora necessário para o repouso, em excesso, impede o crescimento e aprisiona a consciência.
Como os gunas influenciam sua vida diária
Tudo à sua volta — alimentos, ambientes, relações, pensamentos — carrega uma predominância de um ou mais gunas. Por exemplo:
- Alimentos sáttvicos: frutas frescas, legumes, grãos integrais
- Alimentos rajásicos: café, açúcar refinado, comidas picantes
- Alimentos tamásicos: alimentos processados, carne em excesso, restos de refeições
Da mesma forma, sua rotina, suas conversas e até o tipo de entretenimento que consome refletem — e reforçam — um determinado guna.
O objetivo não é eliminar rajas ou tamas, mas equilibrá-los com sattva, elevando gradualmente sua consciência. Isso não é perfeição, mas prática contínua de autoobservação.
Gunas e o caminho espiritual
Na tradição yogui, o despertar espiritual acontece quando a mente está suficientemente sáttvica para perceber a diferença entre o observador (Purusha) e a matéria (Prakriti). Ou seja: quanto mais sattva, mais clareza para enxergar além da ilusão.
Isso não significa reprimir emoções ou forçar uma “bondade artificial”. Significa reconhecer os ciclos internos com compaixão e, aos poucos, cultivar aquilo que expanda sua luz.
Observar sem julgar: o primeiro passo
Você não precisa “acertar” o tempo todo. O que importa é notar.
- Hoje estou agitado(a)? Talvez rajas esteja ativo.
- Sinto-me pesado(a) ou desmotivado(a)? Pode ser tamas pedindo atenção.
- Há uma sensação de paz e propósito? Sattva está presente.
Essa simples consciência já transforma. Porque, ao observar, você para de se identificar cegamente com o estado emocional — e começa a escolher.

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